NRF 2024: Inovação com inteligência para gerar resultados
Maior evento de varejo do mundo mostra uma abordagem pragmática para o uso de tecnologia e destaca que inteligência e estratégia são muito mais importante que modismos
Há mais de um século considerado o principal evento do varejo mundial, a NRF Big Show é um farol de tendências para que as empresas brasileiras identifiquem o que poderá acontecer nos próximos anos. Na edição 2024, alguns temas se destacaram com força. Alguns óbvios, outros nem tanto – mas sempre de uma forma surpreendente.
Na visão da Adyen, estes foram os 5 destaques da NRF Big Show 2024:
1. Inovação com o pé no chão
Antes mesmo de falarmos de tendências, vale destacar que a NRF Big Show 2024 teve uma postura muito pragmática, pé no chão. A pressão que o varejo americano vem sofrendo para entregar resultados mesmo diante de um panorama macroeconômico que beirou a recessão em 2023 ajuda a explicar esse posicionamento.
Nas apresentações do evento e no discurso das empresas na Expo, a tônica era a busca por soluções que trouxessem retorno sobre os investimentos. Nada de tecnologias “da moda” vendidas como disruptivas e ainda sem muita aplicação real (como ocorreu com o Metaverso apenas dois anos atrás): em 2024, os investimentos em inovação precisam passar pelo crivo dos resultados. Em vez de modismos, aplicações reais. E isso é muito bom!
2. Inteligência que traz resultados
O uso de Inteligência Artificial pelo varejo foi o grande destaque da NRF Big Show. E, apesar do apelo óbvio da IA Generativa e de seu potencial para tornar o atendimento automatizado mais natural, houve muito espaço para aplicações menos chamativas, mas com um resultado muito mais claro.
Um bom exemplo é o uso que a rede de cosméticos Ulta Beauty vem fazendo da Inteligência Artificial. A empresa vasculha o ambiente digital em busca de riscos de cibersegurança e encara a proteção dos negócios como uma atividade omnichannel. Sistemas de IA analisam o tráfego na internet, o que se diz nos fóruns e uma infinidade de outros sinais para identificar ameaças de ataques online ou físicos.
Assim, a IA pode ajudar o varejista, por exemplo, a antecipar ações de grupos criminosos que querem roubar lojas da rede. A equipe da loja pode ser reforçada, produtos visados podem ser mais protegidos ou a logística pode ser alterada para evitar que uma loja esteja superestocada de itens em risco.
3. Menos risco, mais experiência
Tecnologias que vimos na NRF Big Show, como IA, reconhecimento facial e automação no ponto de venda, serão cada vez mais usadas para proteção e prevenção de riscos nas transações. Ao mesmo tempo, aspectos como o pagamento passam a incorporar soluções que reduzem o atrito e melhoram os pontos que prejudicam a experiência.
Se o pagamento é a parte burocrática de uma transação, tornar essa etapa invisível vem se tornando um foco de investimentos – seja em redes mais rápidas dentro das lojas para acelerar o checkout, seja pelo desenvolvimento de lojas autônomas ou soluções de pagamento por biometria. Nada disso surgiu nos últimos 12 meses, mas varejistas e fornecedores entendem muito bem que é hora de consolidar tecnologias existentes em soluções que melhorem a experiência do consumidor.
4. Novos modelos de vendas digitais
O ecommerce tradicional vem mostrando, no pós-pandemia, claros sinais de desaceleração. Os consumidores gostam da praticidade da compra online, mas querem a interação que a venda física propicia. Modelos de vendas como o social commerce, o conversational commerce e o liveshopping procuram unir a velocidade e assertividade do digital com a interação do mundo físico.
O liveshopping, em particular, pode se posicionar muito bem nesse híbrido. Na China, 50% dos consumidores acompanham lives de venda diariamente, uma vez que essas transmissões aliam entretenimento, conteúdo e o prazer do consumo. Aliado a isso, no mercado chinês as entregas acontecem em questão de horas (dependendo do local, em minutos), fazendo com que o processo de vendas tenha pouquíssimo atrito.
No Brasil e no Ocidente como um todo, ainda estamos distantes desse nível de engajamento, mas os resultados até agora têm sido encorajadores, com índices de conversão que podem chegar aos 20% (contra 2% do e-commerce tradicional). Mais do que isso, vendas por lives, pela rede social e por aplicativos de mensagem criam vínculos mais pessoais das marcas com os clientes, o que impulsiona o engajamento e a fidelização.
5. O desafio de resolver o básico
Se a NRF Big Show 2024 pudesse ser resumida em uma frase, ela seria uma declaração de Jamie Clarke, head de varejo da NielsenIQ para a América do Norte: “A IA é tão boa quanto os dados que você tem na empresa”. De nada adianta investir em projetos de Inteligência Artificial ou buscar soluções de alta visibilidade como espelhos inteligentes, se o básico não tiver sido realizado.
E o caminho ainda é longo. Segundo um estudo da Adyen, menos de um terço das empresas brasileiras conectam dados de todos os canais de relacionamento (site, loja e aplicativos). Com isso, a captura e o armazenamento das informações não são feitos de forma unificada – o que diminui o impacto da adoção de IA.
Por isso, o varejo precisa adotar uma abordagem ousada para o futuro, mas cuidando de resolver todos os detalhes da implementação de tecnologia. E isso leva tempo. Um bom exemplo é a construção de plataformas de retail media (outro tema que teve muito destaque no evento): empresas como Kroger, Albertsons, Walmart ou, no Brasil, Mercado Livre e GPA, estão há mais de um ano trabalhando nessa frente que permite que o varejo monetize suas bases de clientes por meio da comunicação da indústria – mas os resultados ainda estão nas fases iniciais.
Resolver o básico da estruturação das bases de dados e da capacidade de processar, analisar e gerar insights com essas informações é algo que o setor financeiro já decifrou. A Adyen pode contribuir nessa jornada de digitalização do varejo não apenas nos aspectos relacionados aos meios de pagamento, mas também mostrando como estruturar o negócio para ter o maior ganho possível com o uso dos dados.
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