No último dia 15, a Adyen comandou um painel noVTEXDAY 2018com grandes nomes do varejo e da tecnologia. As conversas giraram em torno de temas relevantes como unified commerce, marketplaces e a manutenção de uma cultura de inovação em empresas que passam por uma transformação digital ou aquelas em rápido crescimento.
André Fatala, CTO do Magazine Luiza; Paulo Naliato, head de Omnichannel da Via Varejo; e Francisco Donato, CEO da Brasil/CT, compartilharam seus pontos de vista sobre os desafios que o ecommerce brasileiro precisa vencer - e como.
A lição central é que a "Era do Consumidor" não é uma ideia etérea, empregada para mostrar um ponto de vista ou objetivo a ser alcançado pelo varejo. Ela é realidade e a base da estratégia das empresas que pretendem crescer, de maneira sustentável e perene. Além de criar ciclos de vida mais longos para seus clientes de alto valor, outro resultado é atrair e reter novos clientes e advogados de marca.
Acompanhe a seguir alguns dos insights mais importantes deste painel.
Unified Commerce
O mundo inteiro caminha em direção aounified commerce. E o próprio conceito se distancia de ser sinônimo de multicanalidade. A chave é a experiência do consumidor, a comodidade e a simplicidade. O Brasil está preparado para torná-lo possível?
André Fatala: a missão mais urgente é derrubar as barreiras impostas pela falta de integração de canais, uma vez que o consumidor te enxerga como uma só marca. Se ele comprou em sua loja online, espera poder trocar na física. Por isso, é preciso criar similaridade de experiência entre canais, consistência. O resultado disso? Ganhar escala.
O Magazine Luiza passou pelo momento de fazer seus canais convergirem. Do ponto de vista da Tecnologia da Informação, o desafio foi integrar todos os sistemas e plataformas. Foi necessário muito investimento em desenvolvimento interno. Ao longo do tempo, esta operação foi facilitada pela introdução de APIs, que simplificaram as integrações, em oposição aos antigos sistemas legados.
Paulo Naliato: O momento da Via Varejo é o de levar para as lojas físicas os aprendizados do mundo digital. É o que temos feito, por exemplo em nossa loja conceito na Vila Olímpia, em São Paulo. O importante é que os consumidores consigam fechar sua compra em qualquer hora, em qualquer lugar.
O que vejo é um desafio cultural de mudar o pensamento de loja física. Este é um processo que passa pela tecnologia, mas é humano também. A partir daí, vê-se que os diferentes canais são complementares e não concorrentes.
Francisco Donato: Nos Estados Unidos, o conceito de Unified Commerce gira em torno da questão: "o que o consumidor quer?". Por isso, preferimos usar o termo omniconsumidor. As estratégias devem ser definidas a partir das demandas do cliente. Agora, as empresas deverão mostrar a capacidade de colocar a necessidade do consumidor em primeiro lugar de maneira sistêmica e mudar sua visão e cultura.
Marketplaces no Brasil
Outra tendência que se observa globalmente é o crescimento e popularização dos marketplaces, não somente para consumidores, mas também para os varejistas. O que está por trás disso e qual é a grande oportunidade para as empresas?
Francisco Donato: Qual é o maior concorrente do Google nos EUA? A Amazon. Os consumidores utilizam este marketplace para buscar informações sobre os produtos que querem comprar. Por quê? Pela certeza de que irão não apenas encontrá-los, mas terão ao seu dispor uma curadoria de informações baseada em suas preferências, avaliações de outros usuários, localização, hábitos de compra etc.
E é esta a origem da tendência de grandes marcas em lançar seus marketplaces. Eles viram destinos de busca, se livram do fardo de manter um inventário - mas o cliente sempre encontra o que quer comprar -, diminui seus custos com centros de distribuição, têm mais giro e mais informação em seus CRMs.
E este movimento não vai parar no varejo. Hoje, uma nova onda de marketplaces surge: o de indústrias. Elas estão mudando sua mentalidade comercial e transformando as cadeias tradicionais de distribuição.
Paulo Naliato: os marketplaces são uma maneira de colocar os principais ativos da Via Varejo à disposição de outros negócios. Ajudamos a alavancar as vendas de outras empresas e isso acaba criando uma grande rede colaborativa.
André Fatala: a partir dos marketplaces manifesta-se um tipo de democratização da tecnologia. Pequenos comércios digitais têm acesso à infraestrutura do Magazine Luiza e poupam recursos que seriam investidos em SAC,warehousee levar tráfego para o site deles, por exemplo.
Cultura de inovação
Em um artigo recente da Business of Fashion, o autor disserta sobre a diferença entre a verdadeira inovação - desenvolvimento de processos ou produtos inteiramente novos -, e a iteração - testes e progressos alcançados a partir de um caminho já conhecido.
André Fatala: no Magazine Luiza definimos inovação de duas maneiras, a inovação incremental, de melhoria ou otimização; e a inovação disruptiva, que cria algo inédito. Vejo que no Brasil deve haver uma reflexão sobre o quanto investimos em P&D - Pesquisa e Desenvolvimento, pois isso cria um ambiente propício para a inovação. Os frutos serão colhidos a longo prazo, mas é preciso agora dedicar tempo e recursos nesta direção.
O Luiza Labs nasceu como um laboratório de Pesquisa & Desenvolvimento para desafiar o nosso própriostatus quo, para criar metodologias inéditas de trabalho. Desenvolver tecnologias que solucionam problemas é uma questão de mudança demind-set.
Francisco Donato: inspire-se. O CT de Brasil/CT significa Commerce Transformation. Nosso trabalho é encontrar inovação ao redor do mundo e apresentar novos modelos de negócios e operação para nossos parceiros.
Paulo Naliato: vejo que para haver um fluxo consistente de inovação, é preciso dedicar atenção a três principais eixos:
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