Carteiras digitais: o que são, como funcionam e que vantagens trazem

O setor de pagamentos está em constante transformação: muito se fala sobre transações instantâneas, comércio contextual e Unified Commerce. Mas um dos assuntos mais quentes do momento são as carteiras digitais, também chamadas de ewallets.

Tamanho destaque se deve bastante ao fato de grandes empresas, como Google, Apple e Samsung, terem apostado na tecnologia para levar a praticidade do mobile ao processo de pagamentos.

Mas o que são essas ewallets e como quais são as vantagens que elas podem trazer a seu negócio? Nós te explicamos tudo.

As carteiras digitais são tecnologias desenvolvidas para transformar dispositivos móveis em métodos de pagamento descomplicados.

Imagine que um dia você esqueça a sua carteira em casa. Em uma situação normal, o resultado seria dor de cabeça. Como pagar o almoço ou o estacionamento?

Mas, se você já tiver cadastrado o seu cartão em uma ewallet, os problemas desaparecem. Isso porque só com o dispositivo móvel você já consegue fazer compras online e offline.

E a boa notícia é que hoje não é só quem tem cartão de crédito que pode se valer a tecnologia: a Google anunciou em novembro que oGoogle Pay passaria a aceitar cartões de débito, em lançamento realizado em parceria com a Adyen.

A base das ewallets é atecnologia de tokenização. Basicamente,ela transforma os dados do cartão cadastrado no app em um código secreto, chamado de token, que depois pode ser usado para fazer novas compras.

Uma vez que o cartão é salvo, o token fica armazenado no dispositivo. Depois, para pagar algo, é só aproximar o smartphone ou tablet de um terminal de pagamento habilitado no estabelecimento comercial para que o aplicativo forneça as informações criptografadas do cartão e a transação seja realizada.

A tecnologia utilizada nesse caso se chama Near Field Communication (NFC), que pode conectar a carteira digital não só ao terminal, como também a outros smartphones, relógios e pulseiras inteligentes.

A troca de dados acontece porque os apps contam com APIs abertas, uma parte da programação que permite o fluxo de informações entre diferentes programas. Neste caso, o dado compartilhado é o token. 

No ecommerce, as ewallets também facilitam o processo de checkout. Nada de preencher pela enésima vez os dados do cartão: as transações são autenticadas com uma senha gerada na hora ou via reconhecimento digital ou facial.

O principal benefício que as carteiras digitais trazem é a simplificação do processo de pagamento. Ao não precisar tirar a carteira do bolso nem informar os dados a cada nova compra, o cliente ganha tempo e evita eventuais dores de cabeça.

Além disso, todo o processo é muito mais seguro.Do ponto de vista do pagamento em loja, o cliente não precisa apresentar o cartão, não correndo o risco de que suas informações sejam clonadas, por exemplo. 

Já sob a perspectiva do ecommerce, o risco de vazamento de dados diminui muito graças às informações criptografadas. Este é um diferencial especialmente interessante para ecommerces, já que somente 20% dos brasileiros se sentem seguros ao realizar compras online, segundo estudo do SPC Brasil e da CNDL

As carteiras digitais chegaram ao Brasil no início de 2018. Ainda neste ano, Adyen foi a pioneira e já lançou Samsung Pay, Google Pay e Apple Pay por aqui. De lá para cá, a adoção tem sido rápida.

A aceitação dos brasileiros, contudo, já era prevista. Isso porque os consumidores do país são adeptos à tecnologia mobile: 40% dos pagamentos processados pela nossa plataforma já são feitas via smartphones.

É só olhar o caso da varejista AMARO: 53% dos consumidores da marca compram pelo smartphone, e destes, 56% prefere comprar diretamente via aplicativo. Além disso,quem compra pelo app gasta 20% mais do que os outros clientes.

No mundo, o maior destaque de adoção dessas tecnologias é certamente a China. Ali, cerca de 70% da população economicamente ativa já usa as carteiras digitais como o principal meio de pagamento.

Para se ter uma ideia, as duas ewallets locais mais populares, WeChat e Alipay, movimentaram cerca de 3 trilhões de dólares em transações em 2016.

No país, a tecnologia é usada por pais para dar mesada aos filhos, por garçons para receber gorjetas e até por vendedores de rua, que muitas vezes já tem um QR code impresso na roupa. 

Outro caso interessante é o dos Estados Unidos, onde a ewallet da Apple não foi apenas escolhida pela rede de farmácias Walgreens, como incorporada a seu programa de fidelidade.

No Brasil, OLX, iFood e Magazine Luiza estão entre as empresas que adotaram Google Pay, Samsung Pay e Apple Pay assim que as tecnologias foram disponibilizadas.

A Evino, comércio eletrônico de vinhos, também integrou as ewallets em abril de 2018 como uma aposta para retomar seu crescimento. Em menos de seis meses,10% de todas as transações do ecommerce já eram feitas com carteiras digitais, o correspondente a 165 mil garrafas vendidas em 23 mil pedidos.

Outro case interessante é o da Zul Digital, um dos primeiros apps a aceitar pagamentos pela tecnologia no país. Em 2018, as transações realizadas via ewallets representavam 8% do total – hoje essa taxa já é de 12%.Só no ano passado foram processadas mais de um milhão de transações com carteiras digitais.

As carteiras digitais já estão deixando de ser tendência para virar realidade, e um diferencial competitivo para as empresas que queiram oferecer uma experiência de compra prática e segura para seus clientes.

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