Varejo brasileiro precisa avançar na transformação digital

A digitalização veio para ficar e tem exigido mudanças profundas em empresas de todo o mundo. O varejo brasileiro não ficou de fora da transformação digital e vem acelerando os investimentos em soluções para escalar os negócios e atender os clientes com mais qualidade. Mas ainda há muito o que avançar.

De acordo com o Índice Global de Competitividade Digital, elaborado pelo Instituto Internacional para o Desenvolvimento da Gestão (IMD), na Suíça, em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC), a competitividade digital pouco tem avançado no Brasil nos últimos anos.

O índice compara 64 países em sua capacidade de criar, manter e promover tecnologias digitais nos setores público e privado. Em 2021, o Brasil ocupou a 51ª posição da lista.

Não à toa, empresas do Brasil pretendem investir mais em tecnologia em comparação com outros mercados. Isso é o que mostra o Relatório Varejo 2022 da Adyen, que registrou um aumento no investimento em transformação digital durante a pandemia. Seguindo essa tendência, 98% das empresas planejam investir ainda mais em tecnologia ao longo deste ano.

A pandemia da Covid-19 reforçou ainda mais a necessidade da digitalização do varejo. Segundo a pesquisa da Adyen, 66% dos clientes brasileiros dizem que os varejistas devem usar a tecnologia em suas lojas físicas para melhorar a experiência dos clientes.

O principal objetivo por trás do maior investimento em digitalização no varejo está em melhorar as operações e quebrar silos em processos e sistemas backend, como os de pagamento.

Segundo a pesquisa, uma em cada 5 empresas conectaram sistemas de pagamento a outras áreas da organização, como gerenciamento de estoque e cadeia de suprimentos.

Conectar operações é fundamental para o sucesso dos negócios, seja em termos de vendas quanto em eficiência operacional, agilizando processos e diminuindo custos.

Os números confirmam um impacto positivo na receita das empresas. Segundo o relatório da Adyen, as empresas que conectam sistemas de pagamento com outras áreas de seus negócios cresceram 9% em relação àquelas que não o fazem.

As projeções de crescimento também ficam mais ambiciosas. A previsão é 11% maior para empresas que conectam seus sistemas.

Além disso, estima-se que a transformação digital continue a abrir uma enorme gama de oportunidades. A pesquisa descobriu que 72% dos varejistas esperam crescer 20% ou mais em 2022. Atingir essas metas de crescimento equivale a uma oportunidade de US$ 7,7 trilhões.

Uma das tendências observadas pelo Relatório Varejo 2022 é que as empresas com melhor desempenho contínuo são aquelas que conseguem combinar o físico com o digital. A ideia é criar uma experiência cada vez mais fluida para o cliente.

Esse é o comércio unificado (unified commerce), o próximo passo das vendas omnichannel. Apesar de oferecerem ótimas experiências multicanal aos clientes, os sistemas backend muitas vezes não estão conectados, complicando a reconciliação entre canais e limitando as experiências que podem ser oferecidas aos clientes.

Com o comércio unificado, o cenário muda. O pagamento de todos os seus canais, seja online ou offline, estão integrados no mesmo sistema. Isso permite tomadas de decisão mais direcionadas e baseadas em dados, e uma experiência sem atrito e flexível para os clientes.

Assim, os consumidores têm seus dados centralizados em um único sistema, o que facilita eventuais trocas em loja de produtos adquiridos no e-commerce, e vice-versa. Com a tecnologia, os varejistas também conseguem aceitar pagamentos em diferentes canais, tomando decisões baseadas em dados.

A transformação digital já avançou muito no país, mas os comerciantes ainda têm muitas oportunidades a explorar para atender cada vez mais e melhor.