Ingresso.com: débito digital abriu as portas para 20 mil novos clientes em um mês

Em junho, a Ingresso.com, empresa de venda de ingressos, passou a aceitar cartão de débito em compras online. A novidade foi bem aceita pelos clientes: em apenas um mês, foram registrados 20 mil novos usuários.

O plano da empresa era abrir as portas para pessoas que preferem pagar no débito quando compram seus ingressos direto na bilheteria, mas que não encontram essa opção no mundo digital.

Mauro Gonzalez diz ainda que o débito digital traz "ainda mais comodidade para a compra online".

Para integrar o novo método de pagamento, a empresa recorreu à Adyen, já parceira no processamento das transações via cartão de crédito e pioneira em pagamentos de débito online sem autenticação no país, já adotados por empresas líderes em tecnologia como Uber, 99, e iFood.

Agora, clientes da Ingresso.com já podem fazer suas compras com o cartão de débito tanto no site quanto no app. Neste primeiro momento, o serviço está disponível clientes do Banco do Brasil, incluindo os cartões com bandeira Elo.

Se no mundo offline, a possibilidade de pagar com crédito e débito é sempre oferecida, no mundo online a situação no ecommerce é um pouco diferente:86% dos consumidores fazem compras online via cartão de crédito.

A pequena porcentagem do débito surpreende, principalmente quando levamos em conta a existência de mais de 107 milhões de cartões de débito ativos no país, cerca de 20% a mais que cartões de crédito, segundo dados do Banco Central.

A explicação para essa discrepância se resume a uma palavra: segurança. Apesar de a tecnologia para se aceitar débito online ter sido disponibilizada por aqui há nove anos, o processo era muito delicado.

Afinal, garantir que um comprador é realmente o titular do cartão e que aquela é uma compra legítima é muito mais difícil quando a pessoa não está na sua frente para inserir a senha em um terminal de pagamento.

E se o ecommerce já é mais sensível a fraudes – os sites sofremuma tentativa de golpe a cada 5 segundos–, o risco é ainda maior quando se trata de transações de débito, já que o dinheiro deixa a conta do portador do cartão automaticamente.

Por todos esses motivos, tanto o setor de pagamentos quanto os próprios varejistas não investiram muitos esforços em desenvolver um processo de autenticação voltado especificamente para esse tipo de transação, que acabou ficando de escanteio – até agora.

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A situação, contudo, está mudando. Dados doVisa Consulting & Analyticsmostram o número de ecommerces que realizaram transações de débito com a bandeira no último ano aumentou 70%. Em março, já eram mais de 54 mil lojas virtuais.

Muito desse crescimento está relacionado a novas formas de autenticação de transações de débito que aumentam a segurança sem prejudicar a experiência do cliente.O 3D Secure 2.0, por exemplo, elimina o redirecionamento do comprador à página do banco ao utilizar 100 pontos de informação diferentes para assegurar que o comprador é quem ele diz ser.

Esses dados são então enviados ao banco, que pode exigir uma etapa de autenticação extra. Mas mesmo nesse caso, a experiência é mais fluída: em vez de precisar informar a senha do cartão na página do banco, o comprador pode usar a digital, o reconhecimento facial ou tokens para comprovar sua identidade.

Ao aceitar esse tipo de transação, ecommerces abrem as portas para um grupo relevante de consumidores que não conseguem solicitar um cartão de crédito por não poder comprovar renda. É uma segunda etapa da inclusão financeira e digital.

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