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Café com Jean Mies: Bem-vindos ao Brasil

O vice-presidente Sênior da Adyen para a América Latina fala sobre dados, cultura e sobre super poderes

19 outubro, 2016
 ·  4 minutos
Café com Jean Mies: Bem-vindos ao Brasil

Após iniciar sua carreira no Brazil, Jean Christian Mies – SVP da Adyen para a América Latina – se mudou para a Europa. Por lá, ele passou 10 anos preparando empresas para participar da “nova economia”, nos primórdios da internet. Mies se apaixonou pelo mercado de pagamentos devido ao seu papel crucial em diferentes setores de negócios e à oportunidade que ele enxergou de causar um impacto positivo.

Como você toma seu café?
Curto e forte. Sem açúcar, sem nada.

Para quem não conhece o mercado Brasileiro, quais são algumas características peculiares?
Nos EUA e na Europa, o objetivo maior é sempre fechar um negócio; enquanto no Brasil este momento é alcançado por meio da construção de relacionamento pessoal. Aqui é mais comum assinar um contrato em um restaurante do que em uma sala de reuniões.

Além disso, no Brasil, as empresas estão acostumadas a lidar com muita complexidade: de inflação alta a baixo nível médio de escolaridade. Como resultado, os brasileiros desenvolveram uma maneira flexível e criativa de fazer negócio.

Quais são as empresas Brasileiras mais empolgantes do momento?
Players globais como a Netflix estão demonstrando o potencial dos dados para acelerar negócios e eu acho que isso está chamando a atenção dos varejistas tradicionais, como o Magazine Luiza. Empresas como a Netshoes também estão alavancando o uso de dados para construir negócios mais estáveis e escaláveis.

Onde você enxerga o mercado brasileiro de e-commerce em 5 anos?
Nós passamos por algumas turbulências recentemente. Contudo, medidas políticas e econômicas já estão sendo tomadas para que as coisas voltem para os eixos rapidamente. O e-commerce no Brasil costumava apresentar crescimento de dois dígitos a cada ano e ainda existe muito potencial para expansão de mercado. Nós esperamos cada vez mais empresas internacionais chegando ao país nos próximos anos.

E o mobile commerce? Você enxerga boas oportunidades para ele?
Com certeza. O Brasil é um dos principais mercados mobile do mundo todo, com altíssimas taxas de crescimento. Graças a melhorias na infraestrutura e preços mais competitivos, mais pessoas estão se tornando consumidores mobile-first e a adoção desta tecnologia vai acelerar. Por isso, as empresas precisam estar preparadas.

Fraude é uma preocupação constante no Brasil. Qual a sua visão sobre defesa contra fraude?
Tradicionalmente, as companhias dependiam muito de revisões manuais para combater a fraude, mas temos assistido uma mudança em direção ao uso de inteligência de tratamento de dados para mitigar riscos. Os comerciantes brasileiros agora entendem que, quanto mais eles conhecem o comportamento de seus consumidores, melhor eles conseguem bloquear fraudadores.

A Adyen agora atua como um adquirente no Brasil, conectando negócios diretamente às bandeiras de cartão de crédito sem intermediários. Qual será o impacto desta novidade?
Nós oferecemos uma solução completamente nova com uma infraestrutura robusta, mais transparente e com altas taxas de autorização – isso é algo realmente revolucionário no Brasil. Há algum tempo, o Banco Central brasileiro tem tentado derrubar antigos monopólios e empresas como a Adyen estão ajudando a mostrar os benefícios que um mercado aberto traz para todo este ecossistema.

A Adyen está crescendo rápido no Brasil. O que você procura quando está contratando novos talentos?
Nós procuramos pessoas com uma mentalidade pioneira. Queremos entusiasmo, pois somos uma empresa transformadora e não uma companhia que quer manter as coisas como são.

Para resumir, qual conselho você daria às empresas chegando ao Brasil?
O Brasil pode parecer um mercado complicado para conquistar; há muita burocracia e muitos processos antiquados, então, é preciso esforço e planejamento.

Vejo que um erro comum é as empresas não investirem tempo em entender a realidade local – não só econômica, mas cultural. Empresas internacionais tendem a pensar que elas conhecem todos os segredos. E isso não funciona. É preciso realmente conhecer o mercado brasileiro e trabalhar com parceiros que te ajudem a crescer de maneira sustentável.

E, finalmente, se você tivesse um super poder, qual seria ele?
Eu gostaria de poder controlar o tempo. Desse jeito, eu poderia fazer mais coisas interessantes e poderia acelerar as tarefas que gastam muito tempo. Ah, e as viagens internacionais ficariam BEM mais fáceis!




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