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Como era o Brasil antes da abertura do mercado de maquininhas

É fácil efetuar um pagamento ou ter um terminal de pagamento débito e crédito para o seu negócio. Mas o cenário, até pouco, era totalmente diferente. Entenda

25 outubro, 2021
 ·  5 minutos
Como era o Brasil antes da abertura do mercado de maquininhas

Pagar é fácil. Você encontra maquininhas de todos os tamanhos, modelos e velocidades no mercado. Isso sem falar doPix, transferência ou dopagamento por aproximação. Para quem está do lado de lá do balcão, adquirir um terminal de pagamento eletrônico não é um grande desafio, mas nem sempre foi assim.

A verdade é que existe um antes e um depois no mercado de cartões de pagamento no Brasil. O antes começa em 2010, quando o setor das máquinas de pagamento ainda era dominado por duas empresas, que mantinham o domínio do mercado por serem as únicas empresas a oferecer meios de processamento via cartão, porque os aparelhos aceitavam apenas bandeiras da própria marca.

Em 2010,o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) definiu o fim da exclusividade de bandeiras de cartão entre operadoras de maquininhas. A decisão definia que todas as empresas poderiam operar com qualquer bandeira de cartão, desde que existisse um acordo comercial entre as partes.

Porém, a decisão, na época, não resolveu todos os problemas do mercado, já que novos players poderiam acessar o setor em contratos de exclusividade que não feriam a decisão de 2010, como a Elo, que entrou no mercado com acordo de exclusividade. O caso da Elo foi levado à justiça e gerou outro marco importante para o setor. Em 2016, o Banco Central fez pressão e o Cade decidiu dar fim aos acordos de exclusividade de bandeiras como um todo,estendendo a decisão de 2010. Foi nesse momento que o setor de processamento de pagamentos sofreu, aqui no Brasil, seu grande boom.

Os números, que não mentem, mostram essa evolução. Segundo dados do Banco Central, o faturamento de todos os cartões de crédito do país foi de mais de R$ 400 bilhões, em 2011. Esse número passou de R$ 1,1 trilhão, em 2020, ou seja, mais do que o dobro do valor de menos de uma década atrás, indicando a força que os cartões de crédito ganharam no Brasil desde a abertura do mercado. Porém, nem sempre foi tão fácil.

Abaixo, conheça um pouco dessa história que começou lá atrás, nos anos 1970.

Cartão, papel carbono e recibo para o banco

Os primeiros cartões nasceram antes da internet. Inicialmente, todo o processo de pagamento e aprovação da compra era manual (e podia durar mais de um dia).

Os cartões não eram magnetizados nem tinham chip, mas sim um relevo que era replicado via papel carbono, que ficava com as informações de pagamento e era assinado na hora pelo cliente. O papel era enviado para o banco que realizava, então, a transação.

Era um método difícil, complicado e sujeito a fraudes, mas que introduziu o Brasil no mundo dos cartões de crédito. O primeiro leitor manual comercializado no país é de 1972, enquanto os primeiros bancos nacionais lançaram seus cartões em 1977.

Tarja magnética: tecnologia embarcada

Os cartões de crédito começaram a ganhar mais agilidade no processo quando foram criadas as tarjas magnéticas, em 1971, pela IBM. A novidade demorou a chegar no Brasil, mas se popularizou por aqui nas décadas de 1980 e, principalmente, 1990, quando o mercado de maquininhas foi dominado por duas marcas.

Por conta desse mercado fechado e restrito, a aceitação de cartões pelos estabelecimentos enfrentou percalços, como locais que só aceitavam uma bandeira, além dos altos custos de implementação do sistema.

Na época, para se ter uma maquininha, era preciso alugá-la diretamente da empresa que operava pagamentos (e que também controlava a bandeira do cartão), fechar um contrato de aluguel do aparelho (normalmente de longos períodos) e ter uma linha telefônica ligada a ele.

Chips, bluetooth e cartões contactless

O cenário das empresas de meios de pagamentos mudou drasticamente desde o fim do oligopólio das maquininhas. Os aparelhos deixaram de fazer distinção de bandeiras e as máquinas não precisavam mais de fios para se conectar, nem de aluguel para serem usadas.

Dessa maneira, o cartão de crédito se tornou uma das maneiras mais práticas de se realizar pagamentos, já que, com a ampliação de oferta, até mesmo vendedores ambulantes começaram a aceitar pagamentos digitais, seja pelos novos cartões com chip (que aumentam a segurança da transação) ou através da tecnologia contactless, que realizar a operação apenas por aproximação.

O próximo passo é digital

A evolução desse setor está na internet, especialmente no ecommerce. Com o crescimento das compras online, lojas enfrentam o desafio de integrar seus pagamentos nos meios físicos e digitais, de maneira a fazer com que os clientes tenham as mesmas experiências nos dois ambientes.

O grande objetivo desse movimento é dar aos clientes toda a flexibilidade para consumir e pagar, com o menor número de barreiras possível. Se antes, era necessário perguntar se o estabelecimento aceitava pagamento de determinada bandeira e levantar para pagar no caixa, onde estava a máquina com fio, hoje o negócio precisa ser cada vez mais rápido, prático e intuitivo. O caminho leva a isso!




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