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Pix: tudo sobre o meio de pagamentos instantâneos

A partir de 16 de novembro, o Pix deve trazer mais velocidade e transparência para o mercado financeiro do país. Descubra aqui como o novo meio de pagamentos instantâneos funciona

Vinícius Nunes  ·  Adyen
1 outubro, 2020
 ·  8 minutos
Pix: tudo sobre o meio de pagamentos instantâneos

Você com certeza já ouviu falar do Pix ou viu anúncios sobre o tema por aí. O Pix é um sistema de transferências e pagamentos instantâneos anunciado pelo Banco Central em fevereiro deste ano.

Em testes desde a metade do ano, o novo sistema promete trazer mais velocidade e menos custos às transações graças a uma rede disponível 24h, todos os dias da semanas.

O novo sistema deve começar a funcionar em modo piloto no dia 3 de novembro, mas já tem data para ser liberado para todo mundo: dia 16 de novembro.

Abaixo, te explicamos como funcionará esse novo meio de pagamento e como ele pode mudar o mercado financeiro do país.

O que significa a palavra Pix?

Antes de tudo, vamos ao nome. Ao contrário do que muita gente imagina, Pix não é uma sigla. O nome foi escolhido pelo Banco Central para fazer alusão ao conceito de pixel.

Eles buscaram uma nomenclatura relacionada à tecnologia e que fosse tão simples quanto o novo sistema de pagamentos. Segundo o BC, o Pix será "tão fácil, simples, intuitivo e rápido quanto realizar um pagamento com dinheiro em espécie”.

Quem criou o Pix?

O Pix foicriado pelo Banco Centralem sua missão de gerar competitividade no mercado financeiro do país. A ideia é abrir espaço para inovação, estimular a concorrência e a consequente diminuir custos por transação.

Lá em 2009 a instituição deu o primeiro passo nesse sentido, acabando com o duopólio que existia até então para o processamento de pagamentos. Foi assim que outros players - como a Adyen - entraram no jogo e começaram a trazer mais tecnologia ao setor.

Agora, o BC quer fazer algo similar com os sistemas de pagamento e transferência também para diminuir a quantidade de transações feitas com dinheiro, diminuindo a informalidade e intensificando a regularização do sistema.

Em outras palavras, o movimento também é uma reação à mudança de comportamento geral causada pela tecnologia na forma como as pessoas usam e lidam com o dinheiro hoje.

A vontade de mudança permeia o mercado inteiro. A Federação Brasileira de Bancos também se manifestou em relação à novidade, dizendo que o Pix "irá aumentar a inclusão financeira no país, estimular a competitividade e aprimorar a eficiência no mercado de pagamentos”.

Quem deve aderir ao Pix?

Para garantir que o novo método de pagamento tenha a penetração desejada, o Banco Central estabeleceu quetodas as instituições financeiras com mais 500 mil contas ativas terão que oferecer o Pix.

Empresas com um número inferior podem optar ou não por participar - mas pouquíssimas devem escolher ficar de fora.

O que é pagamento Pix?

Como dito anteriormente, o Pix é o sistema de transferências e pagamentos instantâneos.

Diferentemente das opções que existiam até então, como DOC e TED, a nova modalidade ficará disponível 24h, todos os dias da semana - incluindo fins de semana e feriados.

O grande diferencial é que ninguém mais vai precisar ficar esperando o "pagamento cair", já que o dinheiro chegará ao destinatárioem apenas 10 segundos.

O Banco Central admitiu que pode haver momentos de congestionamento no sistema, mas assegurou que o tempo de liquidação será fiscalizado.

Também será possível realizar pagamentos agendados pelo Pix, mas cada instituição financeira pode decidir oferecer ou não o serviço a seus clientes. Para essa modalidade do produto, as taxas cobradas serão diferentes e será possível cancelar o agendamento até a data prevista para a liquidação.

Quem pode usar o Pix?

Para ficar mais fácil de entender o novo sistema, imagine que ele funciona como uma ponte entre o pagador e o recebedor.

Assim, o Pix pode ser feito entre:

  • Duas pessoas físicas, como em uma transferência entre amigos.
  • Uma pessoa e um estabelecimento comercial, no caso de uma compra de loja, por exemplo.
  • Dois estabelecimentos, como para quitar uma compra B2B.
  • Pessoa física/jurídica e órgãos públicos, na quitação de impostos, por exemplo.

Preciso de uma conta bancária para pagar com Pix?

Não, e esse é um dos grandes diferenciais do novo meio de pagamento. Para realizar uma transação instantânea, é preciso ter uma conta no banco, instituição de pagamento ou em uma fintech.

Isso quer dizer que pessoas que não possuam conta bancária, mas que tenham uma carteira digital ou um cartão pré-pago de uma instituição que aderiu ao Pix, por exemplo, podem usar o serviço.

Como funcionava antes?

Quando pensamos em transações bancárias, até hoje tínhamos algumas opções. Vamos relembrá-las?

  • TED (Transferência Eletrônica Disponível): o jeito mais rápido de transferir dinheiro até agora - e o mais caro também. Com ele, o dinheiro chega à conta do destinatário em outro banco até as 17h do mesmo dia (se for dia útil). O sistema não funciona de fins de semana e feriados, o que faz com que um TED realizado no sábado só seja recebido na segunda. A taxa por transação chega a ultrapassar os R$20 em alguns bancos.
  • DOC (Documento de Ordem de Crédito): um pouco mais barato que o TED, o DOC envia o dinheiro ao recebedor no dia seguinte. Quando a transferência é realizada depois das 22h, contudo, o valor só cai em dois dias. E vale lembrar que esse tipo de transação tem um teto limite de R$ 4.999,99. A regra do fim de semana também se aplica aqui.
  • Boleto: com o método de pagamento tipicamente brasileiro, o dinheiro só chega no próximo dia útil, em um prazo que pode variar de um a três dias.
  • Cartão de débito: as transações geralmente são liquidadas em dois dias úteis, e o comerciante precisa pagar a taxa do terminal de pagamento.
  • Cartão de crédito: aqui, o dinheiro chega ao destinatário em 28 dias em média. O método de pagamento ainda permite compras parceladas e envolve taxas da bandeira, adquirente e banco.

Como fica com o Pix?

Quanto tempo demora?

Nos pagamentos via Pix, o dinheiro vai da conta do pagador diretamente à do destinatário.

É um pouco como hoje funcionam as transações entre contas do mesmo banco - só que agora com um alcance muito maior.

As transações demoram no máximo 10 segundos para serem liquidadas, e tanto comprador quanto recebedor são notificados sobre a conclusão do processo.

Quanto custa?

Para pessoas físicas, O BC estipulou que a transação Pix será totalmente gratuita. Já para pessoa jurídica, a ideia é que o mercado se auto regule, ou seja, cada instituição pode decidir como repassar os custos a seus clientes, e o BC acompanhará essas definições para garantir que não existirão cobranças abusivas.

Leandro Vilain, diretor de negócios e operações da Febraban, diz que“provedores de serviços de pagamento estão trabalhando com o Banco Central para que as transações tenham o menor custo possível para o consumidor”. Mas a organização destaca que “cada instituição irá definir suas tarifas, de acordo com sua política de negócios”.

Existe um limite de valor?

A definição do teto para o Pix fica a cargo das instituições financeiras.

O Banco Central , contudo, anunciou nesta segunda-feira (28) que os limites para transferência não podem ser inferiores a 50% do limite para TED.

Já os limites para compra devem ser iguais aos aplicados pela instituição ao cartão de débito.

Como funciona na prática?

Não será preciso fazer download de nenhum aplicativo P. Os bancos e empresas financeiras devem liberar a opção Pix no ambiente do online banking e caixas eletrônicos, junto às opções de TED e DOC.

A partir do dia 5 de outubro, as instituições e empresas financeiras disponibilizarão o cadastro dos usuários em seus respectivos sites e apps.

Depois que os usuários se cadastrarem, a instituição financeira enviará os dados ao Banco Central para que eles sejam incluídos no sistema.

Quando tudo já estiver pronto, para receber uma transação por Pix, o usuário pode informar:

  • Todos os dados bancários, como faz ao receber um DOC ou TED hoje.
  • Uma chave Pix
  • Um QR code

O que são as chaves Pix?

As chaves Pix funcionam como o "apelido" da sua conta. Elas deixam que as pessoas te enviem valores sem a necessidade de preencher nome, CPF, CNPJ, dados bancários e tudo mais.

Ou seja, em vez de seis dados diferentes, você pode passar apenas uma dessas informações para que uma pessoa consiga enviar valores a sua conta - e você escolhe qual.

Assim, você pode decidir que a sua chave Pix será seu email, CPF ou CNPJ, número de telefone ou uma chave aleatória. Para cada conta, uma pessoa física pode cadastrar 5 chaves. Já a pessoa jurídica pode registrar 20 opções.

Mas atenção: você só pode usar uma chave para uma conta específica. Não será possível utilizar seu CPF como "apelido" para duas contas diferentes, por exemplo.

É possível cancelar um pagamento Pix?

Nessa nova modalidade o pagamento ocorre de forma instantânea. Isso quer dizer que a partir do momento em que a transferência for finalizada, o comprador não consegue reverter ou alterar qualquer informação, mesmo que o valor enviado tenha sido incorreto.

Porém, a pessoa que receber o dinheiro pode devolvê-lo, desfazendo a transação por completo ou devolvendo apenas uma parte do valor. Esse processo depende, contudo de negociação entre as duas partes e precisa ser realizado em até 90 dias após o pagamento.

O Pix seguro?

As transações realizadas via Pix serão baseadas na Rede do Sistema Financeiro Nacional (RSFN) e terão como base tecnologias de proteção atuais.

Cada banco e instituição financeira será responsável por aplicar suas medidas de segurança, já utilizadas em transações com cartão de débito e crédito, também para o Pix.

“O BC já é o guardião do sigilo bancário no país. Guardamos muito mais informações que essas que virão com o Pix. Mantemos o sigilo não só de transações de pagamento, mas também de todas as operações de crédito”, disse ngelo Duarte, chefe do departamento de competição e de estrutura do mercado financeiro do Banco Central,ao InfoMoney..

Para aumentar a segurança nesse primeiro momento, oBanco Central anunciou que começará a operação com valores limitados com base na titularidade e horário do pagamento. O limite será definido conforme o valor que o cliente já possui hoje para suas operações com débito.

Fique atento a golpes

O Pix nem foi lançado oficialmente e os primeiros golpes já apareceram.

À medida em que alguns bancos e instituições financeiras estão possibilitando o pré-cadastro das chaves PIX,alguns malfeitores estão enviando comunicações falsas se passando por essas empresas.

O objetivo é fazer com que o usuário informe as chaves de Pix que pretende usar para depois, quando o método estiver disponível, fazer transações pela pessoa.

Por isso, caso você queira realizar o pré-cadastro das suas chaves, vale entrar em contato diretamente com o banco e sempre suspeitar de URLs que não sejam oficiais.

O Pix traz muitas novidades ao mercado brasileiro, mas como o sistema é muito abrangente e os usuários têm hábitos bem enraizados, podemos esperar que cartões de débito, TED, DOC e boleto continuem em uso por um bom tempo.

Já o cartão de crédito deve seguir sendo uma opção muito popular entre brasileiros - principalmente por aqueles que quiserem realizar compras parceladas, se inscrever em serviços por assinatura e acumular milhas e benefícios das bandeiras de cartão.




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