Tudo o que você precisa saber sobre card-on-file
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Você com certeza já ouviu falar do Pix ou viu anúncios sobre o tema por aí. O Pix é um sistema de transferências e pagamentos instantâneos anunciado pelo Banco Central em fevereiro deste ano.
Em testes desde a metade do ano, o novo sistema promete trazer mais velocidade e menos custos às transações graças a uma rede disponível 24h, todos os dias da semanas.
O novo sistema deve começar a funcionar em modo piloto no dia 3 de novembro, mas já tem data para ser liberado para todo mundo: dia 16 de novembro.
Abaixo, te explicamos como funcionará esse novo meio de pagamento e como ele pode mudar o mercado financeiro do país.
Antes de tudo, vamos ao nome. Ao contrário do que muita gente imagina, Pix não é uma sigla. O nome foi escolhido pelo Banco Central para fazer alusão ao conceito de pixel.
Eles buscaram uma nomenclatura relacionada à tecnologia e que fosse tão simples quanto o novo sistema de pagamentos. Segundo o BC, o Pix será "tão fácil, simples, intuitivo e rápido quanto realizar um pagamento com dinheiro em espécie”.
O Pix foi criado pelo Banco Central em sua missão de gerar competitividade no mercado financeiro do país. A ideia é abrir espaço para inovação, estimular a concorrência e a consequente diminuir custos por transação.
Lá em 2009 a instituição deu o primeiro passo nesse sentido, acabando com o duopólio que existia até então para o processamento de pagamentos. Foi assim que outros players - como a Adyen - entraram no jogo e começaram a trazer mais tecnologia ao setor.
Agora, o BC quer fazer algo similar com os sistemas de pagamento e transferência também para diminuir a quantidade de transações feitas com dinheiro, diminuindo a informalidade e intensificando a regularização do sistema.
Em outras palavras, o movimento também é uma reação à mudança de comportamento geral causada pela tecnologia na forma como as pessoas usam e lidam com o dinheiro hoje.
A vontade de mudança permeia o mercado inteiro. A Federação Brasileira de Bancos também se manifestou em relação à novidade, dizendo que o Pix "irá aumentar a inclusão financeira no país, estimular a competitividade e aprimorar a eficiência no mercado de pagamentos”.
Para garantir que o novo método de pagamento tenha a penetração desejada, o Banco Central estabeleceu que todas as instituições financeiras com mais 500 mil contas ativas terão que oferecer o Pix.
Empresas com um número inferior podem optar ou não por participar - mas pouquíssimas devem escolher ficar de fora.
Como dito anteriormente, o Pix é o sistema de transferências e pagamentos instantâneos.
Diferentemente das opções que existiam até então, como DOC e TED, a nova modalidade ficará disponível 24h, todos os dias da semana - incluindo fins de semana e feriados.
O grande diferencial é que ninguém mais vai precisar ficar esperando o "pagamento cair", já que o dinheiro chegará ao destinatário em apenas 10 segundos.
O Banco Central admitiu que pode haver momentos de congestionamento no sistema, mas assegurou que o tempo de liquidação será fiscalizado.
Também será possível realizar pagamentos agendados pelo Pix, mas cada instituição financeira pode decidir oferecer ou não o serviço a seus clientes. Para essa modalidade do produto, as taxas cobradas serão diferentes e será possível cancelar o agendamento até a data prevista para a liquidação.
Para ficar mais fácil de entender o novo sistema, imagine que ele funciona como uma ponte entre o pagador e o recebedor.
Assim, o Pix pode ser feito entre:
Não, e esse é um dos grandes diferenciais do novo meio de pagamento. Para realizar uma transação instantânea, é preciso ter uma conta no banco, instituição de pagamento ou em uma fintech.
Isso quer dizer que pessoas que não possuam conta bancária, mas que tenham uma carteira digital ou um cartão pré-pago de uma instituição que aderiu ao Pix, por exemplo, podem usar o serviço.
E aí está o potencial da novidade: a população desbancarizada no país hoje é de 45 milhões.
Quando pensamos em transações bancárias, até hoje tínhamos algumas opções. Vamos relembrá-las?
Nos pagamentos via Pix, o dinheiro vai da conta do pagador diretamente à do destinatário.
É um pouco como hoje funcionam as transações entre contas do mesmo banco - só que agora com um alcance muito maior.
As transações demoram no máximo 10 segundos para serem liquidadas, e tanto comprador quanto recebedor são notificados sobre a conclusão do processo.
Para pessoas físicas, O BC estipulou que a transação Pix será totalmente gratuita. Já para pessoa jurídica, a ideia é que o mercado se auto regule, ou seja, cada instituição pode decidir como repassar os custos a seus clientes, e o BC acompanhará essas definições para garantir que não existirão cobranças abusivas.
Leandro Vilain, diretor de negócios e operações da Febraban, diz que “provedores de serviços de pagamento estão trabalhando com o Banco Central para que as transações tenham o menor custo possível para o consumidor”. Mas a organização destaca que “cada instituição irá definir suas tarifas, de acordo com sua política de negócios”.
A definição do teto para o Pix fica a cargo das instituições financeiras.
O Banco Central , contudo, anunciou nesta segunda-feira (28) que os limites para transferência não podem ser inferiores a 50% do limite para TED.
Já os limites para compra devem ser iguais aos aplicados pela instituição ao cartão de débito.
Não será preciso fazer download de nenhum aplicativo P. Os bancos e empresas financeiras devem liberar a opção Pix no ambiente do online banking e caixas eletrônicos, junto às opções de TED e DOC.
A partir do dia 5 de outubro, as instituições e empresas financeiras disponibilizarão o cadastro dos usuários em seus respectivos sites e apps.
Depois que os usuários se cadastrarem, a instituição financeira enviará os dados ao Banco Central para que eles sejam incluídos no sistema.
Quando tudo já estiver pronto, para receber uma transação por Pix, o usuário pode informar:
As chaves Pix funcionam como o "apelido" da sua conta. Elas deixam que as pessoas te enviem valores sem a necessidade de preencher nome, CPF, CNPJ, dados bancários e tudo mais.
Ou seja, em vez de seis dados diferentes, você pode passar apenas uma dessas informações para que uma pessoa consiga enviar valores a sua conta - e você escolhe qual.
Assim, você pode decidir que a sua chave Pix será seu email, CPF ou CNPJ, número de telefone ou uma chave aleatória. Para cada conta, uma pessoa física pode cadastrar 5 chaves. Já a pessoa jurídica pode registrar 20 opções.
Mas atenção: você só pode usar uma chave para uma conta específica. Não será possível utilizar seu CPF como "apelido" para duas contas diferentes, por exemplo.
Nessa nova modalidade o pagamento ocorre de forma instantânea. Isso quer dizer que a partir do momento em que a transferência for finalizada, o comprador não consegue reverter ou alterar qualquer informação, mesmo que o valor enviado tenha sido incorreto.
Porém, a pessoa que receber o dinheiro pode devolvê-lo, desfazendo a transação por completo ou devolvendo apenas uma parte do valor. Esse processo depende, contudo de negociação entre as duas partes e precisa ser realizado em até 90 dias após o pagamento.
As transações realizadas via Pix serão baseadas na Rede do Sistema Financeiro Nacional (RSFN) e terão como base tecnologias de proteção atuais.
Cada banco e instituição financeira será responsável por aplicar suas medidas de segurança, já utilizadas em transações com cartão de débito e crédito, também para o Pix.
“O BC já é o guardião do sigilo bancário no país. Guardamos muito mais informações que essas que virão com o Pix. Mantemos o sigilo não só de transações de pagamento, mas também de todas as operações de crédito”, disse ngelo Duarte, chefe do departamento de competição e de estrutura do mercado financeiro do Banco Central, ao InfoMoney..
Para aumentar a segurança nesse primeiro momento, o Banco Central anunciou que começará a operação com valores limitados com base na titularidade e horário do pagamento. O limite será definido conforme o valor que o cliente já possui hoje para suas operações com débito.
O Pix nem foi lançado oficialmente e os primeiros golpes já apareceram.
À medida em que alguns bancos e instituições financeiras estão possibilitando o pré-cadastro das chaves PIX, alguns malfeitores estão enviando comunicações falsas se passando por essas empresas.
O objetivo é fazer com que o usuário informe as chaves de Pix que pretende usar para depois, quando o método estiver disponível, fazer transações pela pessoa.
Por isso, caso você queira realizar o pré-cadastro das suas chaves, vale entrar em contato diretamente com o banco e sempre suspeitar de URLs que não sejam oficiais.
O Pix traz muitas novidades ao mercado brasileiro, mas como o sistema é muito abrangente e os usuários têm hábitos bem enraizados, podemos esperar que cartões de débito, TED, DOC e boleto continuem em uso por um bom tempo.
Já o cartão de crédito deve seguir sendo uma opção muito popular entre brasileiros - principalmente por aqueles que quiserem realizar compras parceladas, se inscrever em serviços por assinatura e acumular milhas e benefícios das bandeiras de cartão.
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